Existia em Queimados uma igreja de fé católica romana dedicada a uma santa, se não me engano, a Nossa Senhora da Conceição, uma das denominações que a igreja católica dá a Maria, mãe do Messias Yeshua, que todo mês de maio realizava festas. Recordo as procissões, as pessoas carregando o andor com a imagem, as beatas e o povo em geral fazendo suas rezas e cantorias durante o trajeto da procissão; saia-se da igreja com a imagem e depois se retornava ao ponto de partida. Durante esse período de festa havia muitas barraquinhas que vendiam comida, imagens, terços e produtos diversos. Também havia as missas ministradas por um padre que as más ou boas línguas afirmavam que tinha mulher e filhos e que saía com a polícia para fazer blitze, naquele período sombrio da ditadura militar, onde pessoas fardadas e civis sofriam as agruras de viver em um país satélite de duas superpotências, EUA e URSS, que brigando entre si não se agrediam, mas deixavam isso para os nanicos que escolhessem um ou outro lado, o sistema socialista ou capitalista. É claro que tudo isso estava oculto para mim, falo da controvérsia EUA X URSS, uma criança de oito anos. Assim como para uma grande maioria da população que o governo cegou ao limtar, via censura, as informações necessárias para se ter tal conhecimento. Talvez, naquele tempo o Brasil, salvo algumas exceções, fosse como uma criança de oito anos: não sabia de nada!
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