Este texto é somente uma prévia.
Quando se fala em Constantino, o imperador romano do IV século, no meio religioso, isto é, mais precisamente no meio evangélico, temos a impressão que este é, de acordo com o intendimento de quem o" interpreta", satanizado ou angelicalizado, não há meio termo. Julgam-no e sua conduta de acordo com a visão teológica que possuem e tentam moldá-la à imagem e semelhança do que aceitam como válido em matéria de fé ou rejeitam como elemento que induz à heresia, tal acontece porque há o fantasma das doutrinas católica diante dos olhos. Partindo disso, não há meio termo, Constantino é "amadao" ou "odiado"! Isso seria justo?
Pontuando a caminhada desse homem, podemos ver sua ascensão ao domínio, como único senhor do Império Romano, da vida de Roma e por conseguinte dos habitantes de todos os recantos que faziam parte do Império. Constantino não surgiu do nada na História romana. No III século da Era Comum, Diocleciano assume o poder em Roma. Porém, sabendo que não poderia ser o único senhor do Império convoca um companheiro de armas para ser seu auxiliar. Este, num primeiro monmento, recebe o título de César e posteriormente, o de Augusto. Assim , Roma passava a possuir dois imperdores, um a Oriente, Diocleciano e outro no Ocidente, Maximiniano. Embora tenha ocorrido uma partição de poder, não houve territorial e Diocleciano sempre manteve uma preeminência sobre o outro Augusto, como também sobre os dois Césares que foram chamados à existência para auxiliá-los na condução dos negócios do Estrado. Lembremos que Roma com seu domínio cúpido, violento e riqueza não poderia ficar isenta de rebeliões internas e ataques externos, por isso Diocleciano instituiu o co-imperador, Maximiniano, além dos dois Césares. Mas até então, nada poderia levar a supor que mais tarde o filho de Constancio Cloro iria chegar ao mais alto posto de Roma. o fato, talvez não determinante, mas com certeza desencadeador foi o acordo que Diocleciano e Maximiniano (editar) fizeram de renunciar no mesmo dia quando o primeiro julgasse ter concluído seu trabalho com Estado romano e a prerrogativa que este não abriu mão em eleger o novo imperador.
Imperadores
Diocleciano Maximiniano
Césares
Galério Constâncio Cloro
Consta na História que os dois Césares foram alçados a Augustos, em 305, porém, a exemplo de Diocleciano, o novo imperador Galério escolhera dois novos adjuntos, Severo e Maximiano Daia, com isso eram afastados do poder os filhos de Maximiniano, Maxicêncio e de Constâncio Cloro, Constantino, os quais seriam herdeiros naturais se a tetrarquia obsrvasse a sucessão pela via sanguínea, mesmo que fictícia, porque por adoção os dois adjuntos do imperadores foram feitos filhos destes. Porém, não era esta a lógica da tetrarquia. Afastados do poder, Constantino e Maxicêncio se rebelam e começam a lutar pelo manto púrpura.
Imperadores
Galério Constâncio Cloro ( Severo II )
Césares
Severo Maximiano Daia
Em princípio, tentou-se manter o sistema de Diocleciano, a terarquia, mas não havia como. O ponto mais importante dessa luta pelo poder é a suposta visão que Constantino alega ter tido quando da batalha contra as tropas de Maxicêncio na Pont Milvius em 312. É a partir desse momento que Constantino, o grande, entra na História de uma certa seita judaica, que mais tarde será conhecida como cristianismo. Para uns Constantino é apenas um político arguto, enquanto para outros, um fiel crente em Cristo. Desde que suas tropas usaram o sinal, com o qual venceriam as batalhas, o poder veio a ser seu no Ocidente e tempo depois em todo o Império com a supressão, eufemismo para retirada do poder e morte, de seu cunhado Licínio, então imperador do Oriente. Mas, o que chama também atenção é a suposta oficialização do cristianismo como religião de Estado feita pelo novo senhor de toda a Roma. Bem, Constantino jamais promoveu tal coisa. Ei o que diz o famoso e erroneamente citado Édito de Milão atribuído somente a ele, esquecendo que em pé de igualdade, Licínio também concedia liberdade de culto aos súditos de Roma. porém, estes foram precedidos por Galério em 311, o qual com seu Édito de Tolerância punha fim a perseguição e Diocleciano.
Édito de Milão, março de 313.[1]
"Nós, Constantino e Licínio, Imperadores, encontrando-nos em Milão para conferenciar a respeito do bem e da segurança do império, decidimos que, entre tantas coisas benéficas à comunidade, o culto divino deve ser a nossa primeira e principal preocupação. Pareceu-nos justo que todos, os cristãos inclusive, gozem da liberdade de seguir o culto e a religião de sua preferência. Assim Deus que mora no céu ser-nos-á propício a nós e a todos nossos súditos. Decretamos, portanto, que não, obstante a existência de anteriores instruções relativas aos cristãos, os que optarem pela religião de Cristo sejam autorizados a abraçá-las sem estorvo ou empecilho, e que ninguém absolutamente os impeça ou moleste... . Observai outrossim, que também todos os demais terão garantia a livre e irrestrita prática de suas respectivas religiões, pois está de acordo com a estrutura estatal e com a paz vigente que asseguremos a cada cidadão a liberdade de culto segundo sua consciência e eleição; não pretendemos negar a consideração que merecem as religiões e seus adeptos. Outrossim, com referência aos cristãos, ampliando normas estabelecidas já sobre os lugares de seus cultos, é-nos grato ordenar, pela presente, que todos que compraram esses locais os restituam aos cristãos sem qualquer pretensão a pagamento... [as igrejas recebidas como donativo e os demais que antigamente pertenciam aos cristãos deviam ser devolvidos. Os proprietários, porém, podiam requerer compensação.]
Use-se da máxima diligência no cumprimento das ordenanças a favor dos cristãos e obedeça-se a esta lei com presteza, para se possibilitar a realização de nosso propósito de instaurar a tranquilidade pública. Assim continue o favor divino, já experimentado em empreendimentos momentosíssimos, outorgando-nos o sucesso, garantia do bem comum."
Lactâncio, De mort. persec. XLVIII
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