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segunda-feira, 1 de março de 2010

Assunto meio sangrento

Estamos acostumados a ver em filmes e até em reportgens, algumas tendenciosas, determinados grupos étnicos serem taxados como terroristas. Em qualquer roteiro de filme que versa sobre o assunto é básico e fatal que um árabe seja o terrorista. E, para não demonstrar muito o seu racismo é posto um, ou outros que agem segundo o pensamento do que teve alguma perda e por isso busca, não justiça, mas vingança. Holliwood é mestra em fazer isto. No entanto, ainda é uma aprendiz em questionar o sistema que produz e reproduz esse tipo de gente, que talvez poderia ser outro tipo de gente ou quem sabe, gente como a gente que não move uma palha diante da injustiça promovida pelas potências mundiais e seus governos.
Assunto meio sangrento este. Porquanto trás à memória o que espouca pelo mundo e vemos pela mídia; as ações e imagens que mostram o quanto o homem pode se tornar besta-fera a ponto de, supostamente, em nome de um deus, de uma causa, que pode ser uma deusa para quem a segue, destruir a si próprio e ao seu semelhante. Sendo por isso mesmo chamado de terrorista. Entretanto, o que vem a ser um terrorista? Como eles nascem? Para o poder estabelecido, a mídia e as vítimas de suas ações este é alguem sem consideração com a vida do próximo e que não argumenta politicamente, que prefere infundir o terror a negociar com os possivei oponentes. Olhando por essa ótica, até que seria convincente e oportuno para o poder estabelecido crer em sua cartilha, mas e quando a mínima reivindicação não é ao menos contemplada? Será que o desespero poderia ser um dos fatores que levaria alguém a sair por aí pagando com a mesma moeda o que (supostamente) lhe fazem ou fizeram? Escrevo aqui dos casos em que a arrogância dos poderosos leva o miserável a essa situação! Não estou defendendo tais ações ou quem as perpetra, porém, urge que pensemos sobre a doença, nao sobre o sintoma dela. A minha tese é que o terrorista nasce das injustiças, e isso é básico, pois quem tendo sua barriga cheia, seu lar bem aconchegante, suas aspirações respeitadas, sua pátria com território bem delimitado e respeitado se insurgeria contra A ou B? São os homens com suas ganâncias que produzem homens dessa estirpe que de modo algum se difenciam de quem os produziu.
Ao longo da História vemos um desfilar de atos que de acordo com o interesse em jogo podem ser ou não classificados como atos de terror e o seu autor, um terrorista. Voltando ao tempo do Império romano encontramos a figura do sicário que fazia questão de cometer a execução de sua vítima em público. Este para alguns judeus era patriota, para outros, somente assassino - ainda mais se fossem colaboradores do invasor- e, finalmente para os romanos, terrorista e receberia toda e qualquer denominação pejorativa. Gravilo Princip, que matou, em 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando da Áustria para os austríacos se enquadraria como um terrorista, já os sérvios o veriam desse modo? E aquele oficial alemão que participou de um complô para eliminar Hitler como seria reconhecido? E para finalizar, como seria classificado um ataque aéreo ou naval que os EUA adoram fazer contra posições de quem eles classificam como terroristas e atinge vítimas que não fazem parte dessa pendenga? Efeito colateral ou assassinato? Terrorismo de Estado? Bem, para os parentes das vítimas, assassinato e terrorismo de Estado, mas para a mídia americana e a nossa que é bem subserviente, efeito colateral. Será que chamariam assim se fossem as vítimas estadunidenses ou de qualquer país que domine a imprensa? É claro que não!
Para mim, terrorista é quem está do lado da coronha do fuzil, quem está de posse de uma bomba e tem o dedo no detonador, quem levanta voo e a 20 000 pés lança uma bomba, quem em um navio a não sei quantas milhas manda um 'presente' indigesto a quem está vivendo sua vida e de repente perde tudo. E principalmente, que terroristas são os líderes e governantes que transformam homens em bestas-feras. E, parafraseando, suavisando e adaptando Renato Russo, estes são os generais de dez estrelas que ficam atrás da mesa com o "ânus" na mão, porque não o metem em confusão. Afinal, os peões e que pagam o pato, não os reis. Um abraço.

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